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sino do caracena

Boletins Político-culturais da Oficina da Memória

Nº 3

Contexto Internacional da Batalha de Vila Viçosa/Montes Claros

O contexto internacional do Cerco a Vila Viçosa começa por ser o da Guerra da Restauração, tendo em conta os desenvolvimentos entretanto ocorridos no xadrez internacional.

spanha, que tinha ficado isolada, sob ataque de todas as potências europeias e sob pressão de movimentos independentistas desde a Catalunha à Holanda, acabara por fazer a paz com holandeses e franceses. Só com Inglaterra mantinha alguma conflitualidade; o que valeu a Portugal o apoio desta potência, importante nesta fase final do conflito com Filipe IV. A Paz dos Pirenéus e o casamento de Luís XIV com a filha de Filipe IV, em 1659, implicou também a fim do apoio francês a Portugal.

Por outro lado, a paz entre Portugal e a Holanda, finalmente posta em prática e respeitada pelos holandeses em todo o globo, deixara Portugal menos pressionado militarmente e com mais meios financeiros. Isto permitira-lhe, desde os anos 50, reforçar as estruturas defensivas e dotar-se de um exército permanente e moderno.

Dona Catarina de Bragança, cujo casamento com o Rei de Inglaterra Carlos I, foi um importante instrumento diplomático durante a Guerra da Restauração.
A aliança com Inglaterra fora reforçada com o casamento de Catarina de Bragança com o rei Carlos II de Inglaterra (após 11 anos de República Protestante), e sobretudo, com o dote que acompanhara a princesa e que incluía Bombaim, Tanger e os direitos históricos sobre a costa norte-americana desde a Costa do Labrador até ao que é hoje Nova-Iorque.

As vitórias de Portugal nas Linhas de Elvas e no Ameixial (quando o exército sob o comando de D. Juan de Áustria, que lograra ocupar Évora, se vira obrigado a retirar por não conseguir manter uma linha de abastecimento regular) 

Em virtude dessa fama, Vila Viçosa e outras fortificações da Raia ficaram na história da arte e da engenharia militar; quando Cosme de Medici, herdeiro dos príncipes de Florença, se desloca a esta região para conhecer o cenário dessa guerra em que os portugueses tinham conseguido impor-se graças, em boa parte, às suas fortificações, e ao modo como as tinham conjugado com as novas formas da guerra usando a artilharia em cerco e em movimento. Nessa viagem, o príncipe florentino fez-se acompanhar do arquitecto e artista Pier Maria Baldi. O desenho que então fez de Vila Viçosa permite-nos hoje compreender bem como era a Vila em 1669 – bem diferente do que é hoje e talvez muito diferente do que muitos imaginariam.
e a resistência em velhas fortalezas reforçadas como em Campo Maior e Vila Viçosa, acabaram por demonstrar ao mundo que “os portugueses tinham projeto, que tinham garra e determinação, [...] garantindo aliados e apoiantes...” (palavras de Nuno Lemos Pires).
Vil Viçosa, 1668, desnhada por G-M Baldi para o Príncipe Cosme de Medici (que fez questão de visitar as principais fortificaçºoes a Guerra de Restauração).

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